terça-feira, 29 de novembro de 2011

[VESTIARIO] Do colorido ao (muito) chiclete, é a nova missão do Cine

CineImagem: Divulgação
No segundo disco, Cine deixa de lado as roupas coloridas e qualquer resquício do emocore, para entregar um material divertido, linear e de fácil assimilação.

Aquela velha – que existia principalmente quando as pessoas tinham o costume de ir a uma loja de CDs – de não julgar um disco pela capa, não cabe a “Boombox Arcade”, o segundo da banda Cine, lançado ontem pela Universal Music. Todo o conceito da obra está estampado logo de cara, e também no encarte.


DH, Dan, Dave, Bruno e Dash são os personagens centrais de um jogo de videogame oldschool, dividido em quatro fases. O objetivo? Entreter. O chefão? O rótulo de banda emo. “Esse é um disco para quem não curtia o nosso som, para que escutem e quebrem a ideia que têm da gente, o preconceito musical”, diz o baterista Dave Casali, em entrevista exclusiva por telefone.


Foi-se as roupas coloridas, o jeitão marrento e as caretas de adolescente mimados presente em “Flashback”, material de estreia da banda lançado em 2009. Em “Boombox Arcade” temos um Cine mais eletrônico, assumidamente pop e sem pretensão nenhuma de ir além da diversão.


“Conseguimos fazer um trabalho que misturasse bastante do que a gente gosta, e algo diferente também”, defende um convicto Dave. O encontro com o eletrônico e os níveis de um jogo estão registrados na catorze faixas, dividas em quatro blocos. O disco abre com “#EmChoque” – toda moldada no pop, electro-house e dubstep – deixando claro que o Cine pouco se importa com os obstáculos presentes nas fases de “Boombox Arcade”, ou transparece não se importar.

Escute “Boombox Arcade” no Sonora!

Na primeira parte, a missão é pegar geral na balada, ou pelo menos a garota certa. “Top Models”, a segunda faixa, é difícil de tirar de cabeça – a letra não é lá grandes coisas, como a maioria do disco, mas quem se importa? – e remete bastante ao eletrônico de meados dos anos 1990. “Seguir o sol”, que vem depois, fecha o bloco “Paquera” – ou como eles chamam, “Level One” – e é uma ótima pedida para as rádios.


Mas, por que mudar tanto? “Neste disco, decidimos apelar mais para o eletrônico. É o que gente está escutando no momento, e também é o que bomba no cenário internacional”, explica Dave. “Não adiantaria a gente lançar um disco igual ao primeiro, ia ser fórmula repetida. Gostamos de arriscar”, finaliza o baterista.
Mas para que o Cine não receba um “game over”, eles contam com a ajuda de amigos. Das várias parcerias, são cinco no total, podemos destacar Bochecha em “Reset” e Jay Vaquer em “Esse aqui é mais um (sonho)”. “Nós chamamos pessoas que gostamos, todos toparam na hora”, diz Dave, e finaliza: “os nomes e as parcerias surgiram naturalmente, não foi uma exigência de ninguém da gravadora”.

“Nunca ninguém morreu de amor” também merece uma atenção especial – se bem trabalhada, pode fazer bonito nos charts – pela participação do grupo SevenLox. Paradoxalmente, é a única faixa que remete às batidas anteriores do Cine. O refrão é chiclete, tem um break com violão acústico e conseguiria colocar a “galera com as mãos para cima” em um show. E com absoluta certeza vai, o Cine tem uma quantidade boa de fãs, e bem fiéis.

Com um álbum de estúdio e um ao vivo já lançados, o grupo acumula a respeitável marca de 65 mil cópias vendidas no Brasil, e com (relativamente) pouca divulgação. As estratégias se concentram nas redes sociais. “A internet consegue ser mais forte que a tevê e o rádio”, decreta, com razão, Dave no fim da entrevista.

Na última fase, como era de se esperar, o Cine consegue zerar o jogo. “Esse aqui é mais um (sonho)” – de longe a melhor faixa do disco – conta as dificuldades que a banda enfrentou, e ainda enfrenta, na carreira. Ao lado de Jay Vaquer, eles avisam que este é apenas mais um entre tantos álbuns que pretendem fazer. Que venham os próximos jogos, tão ou mais divertidos quanto “Boombox Arcade”.



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